Fonte: Portos e Navios


A empresa de sondas de petróleo Sete Brasil, investimento bilionário feito pela Petrobras, grandes bancos e fundos de pensão, já estuda entrar com um pedido de recuperação judicial.

A Folha apurou que a medida será sua última cartada para pressionar a Petrobras, caso a estatal não cumpra o acordo “fechado” desde agosto. Sem receita e com uma dívida de cerca de R$ 14 bilhões com bancos credores, a Sete já consultou escritórios de advocacia para assessorá-la no possível processo.

Como a Sete é um projeto de governo, a empresa quer mostrar à Justiça que a Petrobras –que também é sócia–está colocando a companhia em risco de falência ao não cumprir um acordo.

A Folha apurou que, até a conclusão desta edição, os sócios ainda não tinham decidido sobre o pedido de recuperação. Os credores nem sequer foram avisados.

Na semana passada, a Petrobras avisou a Sete que precisaria de mais dois meses para preparar os contratos. Mas, para isso, o conselho de administração teria de aprová-los. A reunião ocorreu nesta sexta sem que o assunto fosse discutido, como previsto.

Os bancos credores da Sete (alguns também são sócios) tinham dado prazo para a solução do impasse até terça (1º/12). A maioria já reservou recursos para arcar com o possível prejuízo.

O caixa da Sete praticamente secou. A saída judicial é extrema, mas com ela a Sete Brasil poderia solicitar o depósito judicial de receitas represadas de pelo menos seis das sondas em construção nos estaleiros contratados.

Duas delas estão 90% prontas. As demais estão pela metade. Isso daria fôlego para a companhia buscar novos recursos no mercado.

A empresa poderia ainda pedir ao juiz que proíba a estatal de rescindir o contrato.

A solução judicial é aventada internamente há pelo menos seis meses. Mas a decisão vem sendo adiada diante da pressão dos credores e de sinais da Petrobras de que firmaria um novo contrato.

ACORDO

Pelo acordo acertado com a Petrobras, a Sete construiria 14 sondas (em vez das 28 inicialmente acordadas) e operaria cinco delas para a estatal. As outras seriam passadas para concorrentes.

Orçado em US$ 25 bilhões, o empreendimento tem entre seus sócios o banco de investimentos BTG Pactual, controlado por André Esteves, envolvido na Lava Jato.


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